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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Minha Fama de Mau - Erasmo Carlos


No final do ano avisei a quem pudesse interessar que gosto de ganhar livros. E numa lista deles, estava o "Minha  Fama de Mau" do Erasmo Carlos. Sempre tive curiosidade de saber o que realmente rolava nos tempos da Jovem Guarda. Meu pai é dessa época e as vezes escapa que gostava bastante do 'movimento'. Minha mãe, mais alternativa, sempre vendeu a Jovem Guarda como 'uns bobinhos engraçadinhos que virou febre'. Mas o que todos comentavam é que Erasmo era a exceção. Erasmo não era bobinho nem engraçadinho. Ela era mais rock n´roll e muitos não curtiam lá essa diferença. Erasmo era mau. E o livro vem a ajudar na conclusão mais bacana de todas: Erasmo pode ter que manter aquela fama de mau, mas de mau ele não tinha e nem tem nada. Sem excessões, todos citam Erasmo como um cara bacana pacas. Ele é o segredo do reinado de Roberto. Ele verdadeiramente venera Roberto Carlos. Não há uma linha que nos faça entender o contrário. Ele cresceu com Tim Maia e aguentava o cara nos momentos ruins. Ele morou com Jorge Ben e respeitava a batida.  Ele  encontrou com o João Gordo nos áureos tempos do Madame Satã e conseguiu dobrar o cara. Ele teve um único grande amor na vida que resolveu tirar a vida e deixá-lo por aí. E até hoje ele a descreve com a maior ternura.
No livro, ele conta histórias bem engraçadas das putarias e diversões com famosos, do show no Rock inRio, dos bastidores dos progranas, de como nascem suas composições, suas viagens com a familia, com o Roberto, sua infância complicada e até dos desentendimentos. É escrito por ele como um diário de boas histórias, leve e descontraído. E ainda tem fotos bem bacanas ilustrando as passagens. Nesta entrevista com texto e audio do Correio Braziliense, Erasmo conta um pouco sobre o livro e suas histórias. Abaixo um trecho de um dia com o Tim Maia:
Neste dia, Tim cismou com uma teoria antiga de sua autoria. Segundo ele, era permitido a qualquer um percorrer grandes distâncias sem sair do lugar:
- É só ficar pulando que a Terra vai passando - explicou, com ar de Einstein.
- Como assim? - perguntei.
- A cada pulo que você dá, a Terra anda um pouquinho. É o movimento de rotação dela. Se você der uma porrada de pulos, vai percorrer uma distância mínima - respondeu ele.
Argumentei que ele estava senil e, pela sua tese fajuta, uma pessoa levaria uma vida inteira para andar 10 centímetros! Sim, não, quem sabe, talvez, como, e não chegamos a nenhum acordo. Fomos para praia e ficamos até o dia amanhacer testando a teoria. Quem passava por ali via dois idiotas pulando feito crianças sem sair do lugar e bebendo uísque pelo gargalo. Não conseguimos provar nada. Apenas que seria bom, muito bom, se às vezes o mundo parasse.

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